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"Não adianta ter só desempenho. Empresas que focam apenas em resultados sem resiliência acabam batendo no muro e desaparecendo".
Esse foi o principal alerta feito por Oliviero Roggi, professor titular de Finanças e Gestão de Riscos na Fundação Dom Cabral, durante o evento Cultura de Riscos como Vantagem Competitiva: Construindo Resiliência Organizacional, realizado pela FDC Pós Online em 24 de novembro.
O debate reuniu Roggi, que também é coordenador técnico do curso de Governança Corporativa, Gestão de Riscos e Compliance da FDC Pós Online, e Sidney Ito, sócio de Consultoria em Riscos e Governança Corporativa da KPMG e CEO do ACI Institute, para discutir como desenvolver uma cultura organizacional que vá além da simples prevenção de problemas.
Os principais insights sobre cultura de riscos foram:
Confira a seguir mais detalhes do debate.
Abrindo o debate, Oliviero Roggi enfatizou que risco não pode ser visto como um conjunto isolado de controles reativos. O tema deve influenciar a estratégia e orientar decisões.
Segundo o professor, entender e responder aos riscos de forma integrada permite enxergar oportunidades, não apenas ameaças, reforçando a competitividade no mercado.
Sidney Ito complementou reforçando que risco, compliance e governança compõem uma tríade que precisa funcionar de maneira holística. “Muitas vezes, o risco é visto como ameaça, o compliance como restrição e a governança como centro de custo. Mas os riscos devem ser vistos também como oportunidade”, defendeu.
O executivo da KPMG utilizou uma metáfora para ilustrar o papel da gestão de riscos: "Sempre faço uma pergunta clássica: quais são as funções dos freios de um carro? A primeira tendência é dizer que é parar. Na verdade, ao contrário, a função do freio é para você poder andar mais rápido. Quanto melhores os freios, mais rápido você pode se movimentar".
Ao integrar governança, riscos e compliance de forma holística, surge o conceito de GRC (“Governance, Risk and Compliance”, em inglês). "Quando eu faço isso de forma integrada e adequada, eu cuido da perpetuidade do negócio, que é o item de maior importância da empresa", explicou Sidney Ito.
O executivo destacou três pilares fundamentais da cultura de riscos nas organizações:
Um dos temas centrais foi a importância do “tone at the top” e do “mood in the middle” para que a cultura de riscos se torne prática cotidiana.
Por isso a importância do desenvolvimento de habilidades técnicas e comportamentais entre os profissionais de GRC.
"Além do aspecto técnico, o profissional de GRC tem que ter capacidade de comunicação, integração e alinhamento de todos os agentes da governança dentro da empresa", explicou Ito.
O executivo enfatizou a importância da comunicação efetiva entre diferentes níveis organizacionais: "Um dos grandes pontos de dificuldade é não conseguir ligar o conselho de administração conversando com o CEO, ou o CEO não conseguir ter uma conversa aberta com o acionista ou com os stakeholders. Para conseguirem ter essa comunicação efetiva, precisam desse profissional de GRC para munir todos de informação e dar segurança".
Em uma provocação durante o debate, Oliviero Roggi questionou qual seria o documento mais relevante de uma organização.
"Normalmente achamos que é o planejamento estratégico, mas, se pensarmos bem, a empresa é dos acionistas. Então o documento mais importante deveria ser a declaração de apetite ao risco, porque ela nos fala quanto risco podemos tomar e quanto podemos esperar em termos de riqueza gerada", alegou.
Sidney Ito concordou plenamente. "Muitas vezes o apetite ao risco esperado pelo acionista está desalinhado com o apetite que o CEO tem. A questão do desalinhamento é de comunicação. Por isso é importante que o apetite ao risco esteja claro para todo mundo", frisou.
O debate trouxe ainda os impactos de um ambiente global em constante transformação, marcado por guerras, crises financeiras, riscos climáticos e ataques cibernéticos.
Ito destacou a expansão do conceito de risco sistêmico: “Hoje falamos em ‘policrisis’: crises simultâneas que exigem uma visão interconectada dos riscos. Um evento pode ser gatilho para vários outros”.
Essa abordagem exige uma evolução nas práticas tradicionais de gestão de riscos. "Historicamente sempre existiu o gerenciamento de crise, mas sempre foi olhado de forma isolada. Agora ele está sendo olhado de forma mais holística", destacou o executivo da KPMG.
Para Roggi, a maturidade do mercado exige que as empresas abandonem uma postura reativa. “Temos que limitar o ciclo de aprendizado que custa caro: perdas, escândalos, quebras e danos à sociedade”, defendeu.
O debate abordou ainda os desafios de governança em empresas públicas, organizações da sociedade civil e instituições sem fins lucrativos. Ito destacou que uma ONG não tem propósito de lucro, mas precisa de superávit para cumprir seu propósito social.
A cultura de riscos, nesse caso, depende da estabilidade de equipes e da qualidade dos controles internos, especialmente em ambientes de alta rotatividade ou pressão política.
Um ponto crítico levantado no debate foi a capacidade dos órgãos reguladores brasileiros. Ito trouxe um exemplo da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), autarquia vinculada ao Ministério da Fazenda.
Nos últimos dois anos, a entidade aplicou multas com valores significativos, mas quase todo o valor foi repassado para o Ministério da Fazenda. Assim, a CVM ficou com poucos recursos para manter a sua própria atividade.
Para o executivo, parte do que é arrecadado por meio das multas deve permanecer com os órgãos reguladores, para que eles possam atuar com mais qualidade.
Ito também destacou a necessidade de independência nas empresas públicas: "Existe hoje a Lei das Estatais (Lei 13.303), que, infelizmente, em algumas circunstâncias, não está sendo cumprida. Precisamos ter órgãos reguladores fortes, com recursos e com qualidade para fazer essa proteção de todos", afirmou.
Ao encerrar o debate, Oliviero Roggi sintetizou a essência da discussão: "Cultura é valores compartilhados. A ideia de que gestão de GRC é só para grandes empresas precisa sair do imaginário coletivo. A boa governança, o bom risco e o bom compliance permitem a qualquer tipo de organização, inclusive não lucrativas, cumprir melhor a própria missão".
Sidney Ito reforçou a mensagem central. "Devemos insistir que o gerenciamento de riscos, compliance e governança corporativa não são apenas aspectos de burocracia ou de custo. Eles têm retorno se levados de forma correta, se levados a sério", concluiu.
Para profissionais que desejam desenvolver competências técnicas e estratégicas nessa área crucial, o curso Governança Corporativa, Gestão de Riscos e Compliance da FDC Pós Online oferece formação completa com professores que são referência nacional e internacional.
O programa combina conhecimento técnico, desenvolvimento de competências transversais e capacidade de tomada de decisão em ambientes de incerteza, preparando líderes para transformar riscos em vantagem competitiva real.
A cultura de riscos é o conjunto de valores, práticas, comportamentos e processos que orientam como uma organização identifica, avalia, enfrenta e aproveita riscos. Ela determina se a empresa reage a problemas ou se antecipa a eles de forma estratégica.
Porque organizações expostas a mercados voláteis precisam responder rapidamente a incertezas. Uma cultura de riscos bem estabelecida aumenta a segurança das decisões e ajuda a transformar desafios em oportunidades.
Quando a empresa entende riscos de forma integrada, consegue agir com mais velocidade e confiança que concorrentes. Isso fortalece sua competitividade e sua capacidade de inovar com segurança.
Não. O evento reforça que cultura de riscos vai muito além da prevenção: envolve enxergar riscos como oportunidade para melhorar performance e identificar caminhos de crescimento.
Desenvolver uma cultura de riscos proativa exige começar pelo topo da organização. O apetite ao risco deve ser claramente definido pelo acionista e conselho, depois comunicado de forma transparente para todos os níveis. Além disso, é fundamental incluir a gestão de riscos no planejamento estratégico desde o início, não como apêndice ou checklist.
A governança corporativa é o pilar que sustenta a cultura de riscos. Sem processos claros, conselhos ativos e responsabilidades definidas, riscos e compliance não se traduzem em valor real.
Não. Organizações de qualquer porte se beneficiam de uma cultura que orienta decisões mais seguras, fortalece a credibilidade e melhora a capacidade de resposta a crises.
A liderança tem papel triplo na construção de uma cultura de riscos:
A cultura de riscos não funciona sem alinhamento entre esses três níveis.
Uma cultura de riscos madura apresenta indicadores claros:
*Conteúdo produzido com o apoio de IA.
Por Olivia Baldissera
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