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Em um mercado que valoriza cada vez mais a transparência, a sustentabilidade e a responsabilidade social, o compliance deixou de ser um diferencial competitivo para se tornar um requisito essencial de gestão.
O profissional dessa área, que faz parte da
GRC (Governança, Risco e Compliance), atua na prevenção de riscos, no fortalecimento da governança e na construção de uma cultura de integridade.
Neste artigo, será descrito o que faz um advogado de compliance, quais são as oportunidades de carreira na área, as principais habilidades exigidas e como a formação certa pode impulsionar seu crescimento profissional.
Primeiramente, o conceito de compliance significa estar em conformidade, seja com leis, regulamentações ou qualquer exigência da sua área de atuação. A partir disso, o advogado de compliance torna-se o responsável por garantir que as práticas da empresa estejam em conformidade com tais normas.
Na prática, o advogado de compliance atua na elaboração e revisão de políticas internas, no acompanhamento de auditorias, na gestão de riscos e na criação de programas de integridade. Ele também auxilia na comunicação com órgãos reguladores e no treinamento de colaboradores sobre condutas éticas.
Segundo a 6ª Pesquisa de Maturidade do Compliance Brasil, conduzida pela KPMG em 2024, 68% dos executivos revisa e aprova anualmente o programa de compliance, demonstrando um comprometimento significativo da alta administração com a governança corporativa.
Somado a isso, a partir da publicação da Lei Anticorrupção (Lei nº 12.846/2013), que responsabiliza empresas por atos ilícitos cometidos contra a administração pública, o compliance passou a ser visto como um investimento estratégico, o que reflete o crescimento da área e da necessidade de profissionais jurídicos cada vez com mais visão preventiva e sistêmica.
Para ingressar na área do compliance, o primeiro passo é, naturalmente, a formação em Direito e a inscrição na OAB. No entanto, o mercado exige uma especialização que vá além do conhecimento jurídico tradicional, de forma que uma pós-graduação em Compliance, Governança e Gestão de Riscos (GRC), por exemplo, torna-se um grande diferencial competitivo.
Esse tipo de formação mais específica sobre compliance prepara o advogado para compreender o ambiente regulatório sob uma ótica multidisciplinar, com temas que envolvem ética corporativa, auditoria, finanças, ESG e tecnologia.
Como o compliance é um campo multidisciplinar, que se conecta a diversas áreas do Direito, o advogado que deseja seguir nessa carreira pode atuar em diferentes segmentos, dependendo do foco da organização e do tipo de regulação aplicável.
Algumas áreas do Direito relacionadas ao compliance são Direito Empresarial e Societário, Direito Trabalhista, Direito Ambiental, Direito Tributário e Financeiro, Direito Digital e Proteção de Dados e Direito Penal Empresarial.
A partir disso, a carreira em compliance oferece múltiplos caminhos, tanto dentro de empresas quanto em escritórios de advocacia e consultorias especializadas. Entre as principais opções, destaca-se, por exemplo, o
Compliance Officer, aquele responsável por desenhar e implementar o programa de compliance dentro da empresa, reportando-se diretamente à alta administração.
Outra forma de atuar é diretamente dentro do departamento jurídico de uma empresa como Advogado de Compliance Corporativo, alinhando a área de compliance com as demais funções corporativas.
Essa atuação do advogado de compliance dentro das empresas tem crescido muito nos últimos anos, o que tem aumentado também a porcentagem de empresas que possuem um departamento dedicado exclusivamente ao compliance.
Além disso, é muito comum também advogados especialistas em compliance que prestam consultoria para empresas, como Alexandra Candemil, que é advogada, professora de Direito, especialista e consultora de compliance corporativo.
Em entrevista ao
Um dia na rotina, ela afirma que “o método do compliance é uma consultoria ativa, eu não espero o problema vir, é o que mais me encanta nessa área de consultoria, eu entro na empresa e eu vou criar as regras, [...] a gente ensina as empresas, porque o que está por trás é a vida do trabalhador”.
Essa variedade de atuações mostra que o advogado de compliance não se restringe ao campo jurídico tradicional, e sim, atua como um elo entre o Direito, a gestão de pessoas e a ética, contribuindo diretamente para a sustentabilidade e a reputação corporativa.
O advogado de compliance precisa dominar tanto habilidades técnicas (hard skills), que são conhecimentos técnicos adquiridos por meio de estudos e experiências práticas, quanto comportamentais (soft skills), que são competências interpessoais que tornam o profissional capaz de se comunicar, influenciar e liderar.
No caso do compliance, destacam-se as seguintes habilidades:
O advogado que atua na área de compliance já é um dos profissionais mais requisitados nos universos jurídico e corporativo, pois trabalha de forma estratégica e preventiva, o que contribui para que as empresas mantenham padrões elevados de ética, legalidade e reputação.
A partir disso, para realizar bem sua função, esse profissional precisa compreender profundamente o funcionamento do negócio, antecipar riscos, propor soluções compatíveis com a realidade empresarial e promover uma cultura de integridade dentro da organização.
Portanto, quem pretende seguir essa carreira deve investir em formação sólida, buscar certificações reconhecidas, ampliar competências para além do Direito e estar preparado para assumir um papel de liderança na transformação das empresas, uma vez que ética, conformidade e sucesso caminham lado a lado.
O compliance jurídico é o conjunto de práticas que asseguram que uma empresa atua conforme leis, normas e regulamentos aplicáveis. Ele envolve a prevenção de riscos legais, a criação de políticas internas e o fortalecimento da ética corporativa sob supervisão jurídica.
O advogado de compliance garante que a empresa cumpra as legislações vigentes e os padrões éticos do setor. Ele elabora programas de integridade, revisa contratos, realiza auditorias e orienta colaboradores sobre boas práticas.
Ele atua como ponte entre o jurídico e a gestão, promovendo uma cultura de integridade, avaliando riscos e assegurando conformidade regulatória para proteger a reputação e a sustentabilidade do negócio.
Esse profissional pode atuar em Direito Empresarial, Ambiental, Trabalhista, Tributário, Digital, Penal Empresarial e Proteção de Dados, além de exercer funções estratégicas em departamentos jurídicos e consultorias.
Para se especializar em compliance, o profissional deve ter formação em Direito, estar inscrito na OAB e buscar uma pós-graduação em Compliance, Governança e Gestão de Riscos (GRC). É recomendável ainda obter certificações e acompanhar as atualizações regulatórias do setor.
As principais funções incluem: elaborar políticas internas, treinar equipes, monitorar riscos corporativos, acompanhar auditorias, comunicar-se com órgãos reguladores e garantir conformidade em todos os níveis da empresa.
Esse profissional deve unir hard skills (gestão de riscos, governança, proteção de dados) e soft skills (comunicação assertiva, visão estratégica, ética e resiliência), essenciais para liderar processos de mudança cultural.
O advogado de compliance atua com base jurídica, interpretando e aplicando normas legais. Já o compliance officer pode vir de áreas como administração ou auditoria e é responsável pela execução operacional dos programas de conformidade.
Pode atuar em empresas privadas, órgãos públicos, bancos, escritórios de advocacia, consultorias ou de forma autônoma, prestando serviços de implementação e auditoria de programas de compliance.
Porque é uma das áreas mais estratégicas e em expansão do Direito, essencial para empresas que valorizam ética, ESG e governança. O advogado de compliance tem papel direto na prevenção de riscos e no fortalecimento da reputação corporativa.
💡 Quer saber mais sobre a carreira do advogado de compliance? Confira as fontes consultadas para este artigo:
Por Bruna Hartmann
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