O que é o COSO ERM: dimensões, princípios e vantagens

Bruna Hartmann • 18 de novembro de 2025

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    Nos últimos anos, escândalos financeiros, crises reputacionais, ataques cibernéticos e falhas de governança expuseram a vulnerabilidade de empresas que não possuem processos sólidos de gestão de riscos. Diante desse contexto, frameworks como o COSO ERM (Enterprise Risk Management) tornaram-se essenciais para orientar organizações na construção de ambientes mais seguros, resilientes e transparentes.

    Para profissionais que desejam ingressar em carreiras relacionadas a GRC (Governança, Riscos e Conformidade), compreender o COSO ERM é um passo estratégico para atuar em processos de avaliação de riscos, controles internos, compliance e auditoria.

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    O que é o COSO ERM?

    O COSO (Committee of Sponsoring Organizations of the Treadway Commission) é uma instituição norte-americana criada em 1985 com o objetivo de promover melhores práticas de governança corporativa, controles internos e gestão de riscos. 

    Assim, em 2004, o COSO publicou a primeira versão de seu framework de Enterprise Risk Management (ERM), que depois foi atualizado e passou a se chamar “COSO ERM: Integrating with Strategy and Performance” em 2017. Essa versão reforçou o entendimento de que a gestão de riscos deve ser alinhada à cultura e integrada à estratégia, à execução e ao desempenho organizacionais, deixando de ser apenas um processo operacional.

    Embora a versão de 2017 seja a mais atual e completa, os 8 componentes clássicos a seguir, publicados em 2004, ainda são amplamente estudados e ajudam a entender o processo do framework:

    1. Ambiente interno
    2. Fixação de objetivos
    3. Identificação de eventos
    4. Avaliação de risco
    5. Resposta a risco
    6. Atividades de controle
    7. Informação e comunicação
    8. Monitoramento

    Na prática, o COSO ERM ajuda empresas a transformar a gestão de riscos em um instrumento de tomada de decisão, e não apenas em uma obrigação regulatória ou processo burocrático. Por isso, atualmente ele é uma das principais referências em auditoria e controles internos, compliance, gestão de riscos corporativos e governança.

    As dimensões e os princípios do COSO ERM (2017)

    A versão de 2017 reestruturou o framework a partir de cinco dimensões e 20 princípios fundamentais. Essas dimensões guiam a implementação de uma gestão de riscos moderna, abrangente e integrada, como descrito a seguir:

    1. Governança e Cultura

    A primeira dimensão compreende os elementos que sustentam o ambiente de governança e determinam como a organização pensa e se comporta em relação aos riscos. Ela inclui cinco princípios:

    • Exercício da supervisão do board: o conselho precisa supervisionar e incentivar uma cultura de gestão de riscos.
    • Estabelecimento da estrutura operacional: papéis e responsabilidades devem estar claros.
    • Definição da cultura organizacional: valores, comportamentos e normas que influenciam decisões.
    • Demonstração de compromisso com os valores.
    • Atração, desenvolvimento e retenção de talentos.

    2. Definição da Estratégia e Estabelecimento de Objetivos

    O COSO ERM reforça que os riscos não devem ser avaliados apenas depois da estratégia definida. Pelo contrário, a estratégia precisa considerar riscos desde sua formulação, incluindo:

    • Análise de contexto interno e externo: compreender fatores do meio que influenciam riscos e decisões.
    • Definição do apetite ao risco: nível de risco aceitável que a organização está disposta a assumir.
    • Avaliação de alternativas estratégicas: analisar riscos antes de escolher um caminho estratégico.
    • Formulação dos objetivos empresariais: traduzir a estratégia em metas claras e mensuráveis.

    3. Performance

    A dimensão de performance é o coração operacional do COSO ERM. Trata-se de identificar, avaliar e priorizar riscos que podem afetar os objetivos definidos. Seus princípios são:

    • Identificação de riscos: elaboração de matrizes de riscos.
    • Avaliação da severidade dos riscos (probabilidade, impacto, velocidade, persistência): análises qualitativas e quantitativas.
    • Priorização dos riscos: estabelecimento de critérios de urgência.
    • Seleção de respostas ao risco: aceitar, mitigar, evitar, compartilhar ou buscar o risco.
    • Desenvolvimento do portfólio de riscos: entender riscos em conjunto e não isoladamente.

    4. Revisão e Monitoramento

    Nenhum sistema de gestão de riscos é estático, pois, à medida que a organização evolui, novos riscos surgem e outros desaparecem. Por isso, o COSO ERM inclui uma dimensão dedicada à revisão e melhoria contínua, cujos princípios são:

    • Monitoramento contínuo dos riscos e do ambiente.
    • Revisão de desempenho: comparar expectativas com resultados.
    • Modificação da gestão de riscos conforme mudanças no contexto empresarial.

    5. Informação, Comunicação e Relatórios

    A última dimensão destaca a importância da comunicação para que a gestão de riscos seja efetiva, o que inclui:

    • Valorização de informações e tecnologia: garantir que os responsáveis pelo GRC (Governança, Riscos e Conformidade) tenham acesso a todas as informações necessárias, utilizando a tecnologia a seu favor para conectar todas as partes.
    • Comunicação interna eficaz sobre os riscos: todos na empresa devem compreender quais são os riscos e como o seu trabalho pode afetá-los.
    • Comunicação externa com stakeholders (reguladores, investidores, parceiros etc.): relatórios sobre riscos, cultura e performance, já que a documentação é essencial para ter mais eficiência nos processos.

    Vantagens do COSO ERM para a gestão de riscos corporativos

    O COSO ERM oferece uma série de benefícios que fortalecem a governança e aumentam a competitividade das organizações, tais como:

    • Integração com a estratégia: ao integrar a gestão de riscos diretamente à formulação e execução das estratégias, o COSO ERM permite antecipar riscos, avaliar diferentes cenários e impactos e ainda direcionar investimentos para oportunidades com risco controlado.
    • Visão não fragmentada: o framework incentiva a organização a observar seus riscos de maneira ampla e integrada, considerando interdependências entre áreas, impactos sistêmicos, efeitos em cascata e riscos emergentes. 
    • Fortalecimento da governança corporativa: ao atribuir papéis e responsabilidades claros, o COSO ERM melhora a governança, permitindo uma maior participação do conselho de administração, maior alinhamento entre liderança e equipes, além de clareza sobre quem decide, quem monitora e quem executa.
    • Comunicação mais clara e eficiente: ao priorizar a comunicação interna e externa, o framework reduz ruídos e aumenta a transparência, o que aumenta a confiança de investidores, credibilidade perante reguladores, alinhamento operacional, além de previsibilidade no cumprimento de metas.

    Conclusão

    Para quem está iniciando na área de GRC, compreender o COSO ERM é tão fundamental quanto dominar conceitos básicos de finanças ou direito empresarial. Trata-se de um framework robusto, amplamente aceito e capaz de orientar processos de gestão de riscos em qualquer tipo de organização.

    Seu diferencial está na abordagem integrada entre cultura e valores, estratégia, riscos e desempenho, permitindo que as empresas não apenas evitem perdas, mas também identifiquem oportunidades e se tornem mais competitivas.

    Assim, ao aplicar o COSO ERM, organizações conseguem fortalecer sua governança, antecipar ameaças, melhorar a tomada de decisão, potencializar resultados e aumentar a transparência e a confiança do mercado.

    Perguntas frequentes sobre o COSO ERM

    O que é o COSO ERM?

    O COSO ERM é um framework de Enterprise Risk Management criado para orientar organizações na gestão integrada de riscos, conectando governança, cultura, estratégia e performance em um único modelo.

    Qual é o significado de COSO?

    COSO significa Committee of Sponsoring Organizations of the Treadway Commission, uma entidade norte-americana criada para fortalecer práticas de governança, controles internos e gestão de riscos.

    Qual é o objetivo do COSO ERM?

    O objetivo do COSO ERM é ajudar organizações a identificar, avaliar, priorizar e responder a riscos de maneira estruturada, integrando gestão de riscos à estratégia corporativa e melhorando a tomada de decisão.

    Qual a diferença entre o COSO ERM 2004 e o COSO ERM 2017?

    O modelo de 2004 apresentava 8 componentes clássicos focados em processos. O COSO ERM 2017 evoluiu o framework, integrando riscos à estratégia e cultura organizacional, além de incluir 20 princípios distribuídos em 5 dimensões.

    Quais são as principais dimensões do COSO ERM 2017?

    A versão 2017 do COSO ERM é composta por cinco dimensões: Governança e Cultura, Estratégia e Objetivos, Performance, Revisão e Monitoramento e Informação, Comunicação e Relatórios.

    Como o COSO ERM apoia a tomada de decisões?

    O COSO ERM transforma riscos em insights estratégicos, permitindo avaliar cenários, mapear impactos, definir prioridades e orientar investimentos com maior precisão e previsibilidade.

    O que é apetite ao risco no COSO ERM?

    No COSO ERM, o apetite ao risco representa o nível de risco que a empresa está disposta a aceitar para alcançar seus objetivos. Ele direciona limites de exposição e orienta decisões estratégicas.

    💡Quer saber mais sobre COSO ERM? Confira as fontes consultadas para este artigo:


    Por Bruna Hartmann

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