A verdadeira liderança você leva até para casa

28 de abril de 2025

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    🖊️ Artigo escrito por:

    Bruna Hartmann

    Consultora especialista em Neuroliderança   Engenheira Mecânica e Treinadora Comportamental com foco em Business | Fundadora do HART Instituto de Desenvolvimento Humano | www.hartinstituto.com.br

    A liderança é frequentemente idealizada como a força central do sucesso organizacional, mas isso é apenas uma forma de romantização, que infelizmente alimenta muitos mitos que distorcem a real prática de liderar.


    Hoje já se sabe que a Liderança é uma construção conjunta entre líderes e liderados, mas ainda há uma cultura centrada na figura do líder, que recebe mais elogios e críticas do que lhe cabem, deixando em segundo plano o desenvolvimento de equipes.

     

    Este artigo desconstrói essas crenças para reconhecer uma liderança baseada na imposição e evoluir para outra mais consciente, fortalecida no crescimento mútuo dentro e fora do trabalho.


    Por que a liderança ainda carrega uma visão ultrapassada?


    A maneira como se compreende a liderança hoje carrega marcas profundas do passado, especialmente dos períodos de guerras mundiais, em que o modelo militar influenciou o imaginário coletivo sobre o que significa liderar.


    Nesse contexto, a figura do líder foi fortemente associada à imagem do comandante militar: homem, autoritário e hierárquico. A partir dessa visão, nasceram diversos mitos sobre liderança que ainda persistem.

    Mito 1: “homens são líderes melhores do que mulheres”


    O primeiro deles é o mito de que “homens são líderes melhores do que mulheres”. Entretanto, um estudo de 2022, baseado em mais de 84 mil líderes avaliados por 1,5 milhão de pessoas, mostrou que líderes mulheres tendem a apresentar maior eficácia que homens em diversas competências, especialmente aquelas ligadas à orientação criativa como empatia, autenticidade e consciência sistêmica.


    A pesquisa ainda revela que mulheres lideram com mais equilíbrio entre tarefas e relacionamentos. Entretanto, como o viés masculino infelizmente ainda é muito presente, o avanço da liderança feminina não depende apenas de talento, mas também de sistemas mais equitativos, segundo outro estudo de 2023 da IBM. 


    Mito 2: “liderança é sobre controle”


    Já o segundo mito herdado desse período é o de que “liderança é sobre controle”, pois naquele contexto controlar tropas e estratégias era essencial. Porém, essa visão contrasta com os modelos contemporâneos de liderança corporativa, que valorizam colaboração, autonomia e construção conjunta.


    Um estudo de 2014 do Citigroup e LinkedIn mostrou que quase metade dos profissionais trocariam um aumento de 20% no salário por mais autonomia no trabalho, sinal de que o controle perdeu espaço para a confiança. 


    Mito 3: “liderança é sinônimo de cargo"


    O terceiro mito é o de que “liderança é sinônimo de cargo”, lógica hierárquica que confunde autoridade formal com influência real. Entretanto, a liderança surge a partir da necessidade, não apenas de um crachá ou patente de alto escalão.


    Um grande exemplo disso é a história de Malala Yousafkai. A jovem tinha apenas 14 anos quando foi baleada na cabeça no Paquistão, onde os talibãs locais impedem mulheres de frequentar a escola. A partir disso, tornou-se defensora dos direitos humanos das mulheres e do acesso à educação, pelo qual recebeu o Prêmio Nobel da Paz em 2014.

    Mito 4: “um líder nasce pronto”


    Como mostra a história de Malala, ela não nasceu com características X e Y “naturais” de um líder, porque isso não existe. Aqui entra outro mito: “um líder nasce pronto”. 


    Muito pelo contrário, Malala encontrava-se em uma realidade opressiva na qual tinha tudo para não ser a referência que se tornou, mas ela viu uma oportunidade nos desafios e fez disso algo maior, tanto que hoje sua família gere várias escolas na região.


    Ela soube analisar o contexto, treinar as habilidades necessárias para agir e tomar uma ação junto a sua rede de apoio, um ótimo passo a passo para enfrentar qualquer situação na vida pessoal ou profissional. 


    Mito 5: “líderes precisam ser extrovertidos”


    O quinto mito diz que “líderes precisam ser extrovertidos”. Indo de encontro ao mito anterior, como não existe nenhuma característica inata para liderar, extroversão não seria uma exceção.


    Um líder deve saber se comunicar adequadamente a cada situação e com cada pessoa, sim. Mas isso é uma habilidade treinável, assim como devem ser todas aquelas essenciais a um bom líder, como empatia, inteligência emocional, visão de futuro, criatividade, entre tantas outras. 


    Mito 6: "líderes precisam ter todas as respostas"


    Além disso, um líder que quer sempre crescer e evoluir junto àqueles que estão à sua volta desenvolve outra habilidade essencial: humildade. Isso já desconstrói outro mito, o de que "líderes precisam ter todas as respostas".

    

    Mostrar vulnerabilidade ao assumir que não sabe algo fortalece laços e favorece a escuta ativa. Um líder que responde menos e pergunta mais estimula a curiosidade em seus liderados, o que promove busca por conhecimento, criatividade e inovação. 

    Mito 7: “o líder lidera sozinho”


    Como em um jogo de xadrez em que cada peça tem sua particularidade e todas são fundamentais para que ele funcione, liderar com sucesso é fazer uma gestão de pessoas de forma a tirar proveito do melhor que cada uma tem a oferecer.


    Se cada um tem um papel importante para o time, o mito de que “o líder lidera sozinho” cai por terra. Ninguém faz nada sozinho, ainda mais dentro da liderança, que tem por principal base o trabalho em equipe. Trazer o time para perto, saber ouvir, estimular as facilidades e ajudar nos desafios individuais são algumas das atitudes de um bom líder nesse sentido. 


    Mito 8: “existe um estilo ideal de liderança”


    Isso já leva à quebra de outro mito: “existe um estilo ideal de Liderança”. Em um mundo tão diverso, com ambientes, pessoas, gerações e circunstâncias tão variadas, é preciso adaptar a comunicação e o linguajar dependendo do assunto e da pessoa com quem se fala.


    Um exemplo bem simples é tentar explicar um conceito da mesma maneira para uma criança ou para alguém que é expert no assunto. Assim é na liderança, pois ser um líder responsável pelo seu filho em casa é completamente diferente de liderar uma equipe em uma empresa. 


    Mito 9: "resultados são mais importantes que pessoas"


    O mundo precisa de pessoas que sejam as líderes que cada um dos seus liderados precisa que elas sejam, porque são as pessoas que trazem os resultados, e não o contrário. Então "resultados são mais importantes que pessoas" é o último mito, que vem para fechar todo o raciocínio desenvolvido.


    Qualquer um pode ser líder, desde que se comprometa a desenvolver as habilidades necessárias em parceria com sua equipe e que, nesse processo conjunto, encontrem a sua própria forma de atuar como time para alcançar as soluções que procuram. 


    Conclusão 


    Liderança não tem idade, hora e nem lugar. Ela surge da necessidade, e cabe àquele que foi dada a responsabilidade treinar suas habilidades para poder desenvolver sua equipe da melhor forma possível para cada cenário. 


    O verdadeiro líder lidera seu próprio caminho aplicando todas essas competências desenvolvidas em sua vida em todas as situações, seja em casa ou na empresa. Ou seja, todos são líderes em alguma instância, e devem estar sempre atentos ao seu papel. 


    Ainda existem muitas crenças e vieses de liderança, principalmente no mundo corporativo. Porém, se cada um buscar sempre evoluir pessoal e profissionalmente, olhando para o outro e se apoiando mutuamente, o desenvolvimento e o sucesso ocorrem naturalmente. 


    💡 Quer saber mais sobre liderança? Confira as fontes consultadas para a elaboração deste artigo: 


    • Cynthia, A., & Van Dusen, L. (2022). Understanding the differences in reactive and creative orientations between female and male leaders. Whitepaper. Leadership Circle, 3. 
    • Feintzeig, R. (2014). Flexibility at Work: Worth Skipping a Raise? The Wall Street Journal. https://www.wsj.com/articles/BL-ATWORKB-2141. Acesso em: 10/04/2025. 
    • IBM (NYSE: IBM) Institute for Business Value (IBV) and Chief. (2023). Women in leadership: Why perception outpaces the pipeline—and what to do about it. IBM Institute for Business Value, 3. https://ibm.co/women-leadership-2023. Acesso em: 10/04/2025. 
    • Leadership Circle (2023). Who runs the world? Girls. Women in Leadership. https://leadershipcircle.com/blog/who-runs-the-world-girls. Acesso em: 10/04/2025. 
    • Meindl, J. R., Ehrlich, S. B., & Dukerich, J. M. (1985). The romance of leadership. Administrative Science Quarterly, 30(1), 78–102. https://doi.org/10.2307/2392813 
    • Yousafzai, M. (2013). I am Malala: The girl who stood up for education and was shot by the Taliban. Hachette UK. 
    • Zak, P. J. (2017). The neuroscience of trust. Harvard Business Review, 84–90. https://hbr.org/2017/01/the-neuroscience-of-trust. Acesso em: 10/04/2025. 

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